LIVRO “CAIM”
SARAMAGO, José. Caim, São Paulo : Companhia das Letras, 2009, 172 p.
RESENHA DA OBRA
CAIM é último livro publicado por JOSÉ SARAMAGO, que morreu no dia 18.07.2010. O romance narra com ironia a história bíblica de Caim, filho de Adão e Eva, que matou o irmão Abel. Caim cumpre a determinação de Deus de vagar errante pelo mundo após seu crime, mas em dado instante da narrativa, começa também a viajar no tempo. Ele transita, repentinamente, por diversas passagens do Antigo Testamento. A personagem está presente na provação de Abraão para com seu filho, na condenação das aldeias de Sodoma e Gomorra, na passagem do bezerro de ouro à época de Moisés, na casa de Jó e, por fim, na arca de Noé. Em todos esses episódios Saramago analisa as ações de Deus para constatar que o mesmo “não é de confiança”, como admitiria numa entrevista posterior.
TRECHO: “No terceiro dia da viagem, abraão viu ao longe o lugar referido. Disse então aos criados, Fiquem aqui com o burro que eu vou até lá adiante com o menino, para adorarmos o senhor e depois voltamos para junto de vocês. Quer dizer, além de tão filho da puta como o senhor, abraão era um refinado mentiroso, pronto a enganar qualquer um com a sua língua bífida (...). Chegando assim ao lugar de que o senhor lhe tinha falado, abraão construiu um altar e acomodou a lenha por cima dele. Depois atou o filho e colocou-o no altar, deitado sobre a lenha. Ato contínuo, empunhou a faca para sacrificar o pobre rapaz e já se dispunha a cortar-lhe a garganta quando sentiu que alguém lhe segurava o braço, ao mesmo tempo que uma voz gritava, Que vai você fazer, velho malvado, matar o seu próprio filho, queimá-lo, é outra vez a mesma história, começa-se por um cordeiro e acaba-se por assassinar aquele a quem mais se deveria amar” (p. 79/80)
CRÍTICA: O romance CAIM está longe de ser uma das obras primas de JOSÉ SARAMAGO. Diria até que, como PHILIP ROTH, o português é um grande escritor que pode se dar ao luxo de pequenas obras. Não há grandes inovações estéticas no livro, embora o escritor repita suas fórmulas consagradas, como narrador onisciente (num momento está no presente com as personagens, noutro avança no tempo e conta acontecimento futuros), discurso sem travessão, foco narrativo cambiante oscilando entre a primeira e a terceira pessoa etc. Mas há também escolhas infelizes, como o fato de escrever os nomes próprios com letra minúsculas, o que tem como resultado apenas confundir o leitor e dar ao texto uma má estética. Em CAIM, Saramago, um publicamente declarado ateu, reacende as mesmas polêmicas de O EVANGELHO SEGUNDO JESUS CRISTO, publicado vinte anos antes.
Destesto os livros de José Saramago. Ele é ateu e fala coisas horrorosas sobre Nosso Senhor. Esse Caim é um livro de heresias e deveria ter sito censurado. Que saudade dos militares!!!
ResponderExcluirVanda S.
sipsons.v.p@...
CAIM não é dos melhores livros do Saramago, mas ainda assim tem um pouco da genialidade do autor em suas páginas. Parabéns pela crítica literária imparcial.
ResponderExcluirFernando Santafé.
Exótico, herege, malcriado, mas ainda assim um gênio.
ResponderExcluirPedro
Ótima resenha! Parabéns!
ResponderExcluir...traigo
ResponderExcluirsangre
de
la
tarde
herida
en
la
mano
y
una
vela
de
mi
corazón
para
invitarte
y
darte
este
alma
que
viene
para
compartir
contigo
tu
bello
blog
con
un
ramillete
de
oro
y
claveles
dentro...
desde mis
HORAS ROTAS
Y AULA DE PAZ
COMPARTIENDO ILUSION
PIETTRO
CON saludos de la luna al
reflejarse en el mar de la
poesía...
ESPERO SEAN DE VUESTRO AGRADO EL POST POETIZADO DE HÁLITO DESAYUNO CON DIAMANTES TIFÓN PULP FICTION, ESTALLIDO MAMMA MIA, TOQUE DE CANELA ,STAR WARS,
José
Ramón...